Champignon: mais um homem que perdeu a fé na vida
Hoje,
acordei um pouco enferma e sem vontade de continuar vivendo. Em minha oração
ontem à noite pedi a Deus para não acordar mais hoje. Alguns dirão: “porque
ela esta assim, ela tem um ótimo emprego, tem títulos que muitos gostariam de
ter e tem um namorado lindo”, mas o que estas pessoas não entendem é que há
coisas pelas quais passei que me assombram de tal maneira que preferiria estar no “seio de
Abraão”, esperando o Mestre Jesus voltar.
Logo que consegui melhorar, vejo no
programa “Encontro com Fátima Bernardes”, que Luiz Carlos Leão Duarte Junior, o Champignon, de 35 anos, antigo baixista do Charlie Brown Jr., suicidou-se ontem.
Muitos devem dizer: “que cara fraco”, “que imbecil”, “tem gente com câncer e com
tantas doenças horríveis lutando para viver”, “vem este cara que tem
praticamente tudo e se mata”. A mesma coisa aconteceu com Chorão há alguns
meses atrás. Sobre este último posso dizer, pelo pouco que acompanhei como fã quando
era roqueira, que via nele uma profunda capacidade de compreender o mundo e ao mesmo tempo
uma luta para vencer este mundo atormentador, que traz tanta dor, mas, ao mesmo
tempo, a força dentro dele mesmo estava indo embora. Não é à toa que a fuga nas
drogas podem demonstrar muito bem isto na vida de Chorão. Ele direcionou tanta
energia para fazer com que os jovens lutassem para serem diferentes, melhores
seres humanos, mas estes músicos não tinham onde buscar mais as pilhas da esperança
e perseverança para continuar acreditando na própria vida. Pois é, o que leva
alguém a fazer isto? A se suicidar.
Como eu posso dizer o quanto isto é mais terrível do que qualquer doença crônica. Esta capacidade de sentir o mundo e ao mesmo tempo tentar muda-lo, mas ver que isto é uma luta vã. Esta sensibilidade para compreender, ver e entender as tormentas da vida de tal maneira que nos faça ver que somente a morte é melhor, porque viver não vale a pena. Eu, quando era black metal e curtia música gótica, músicas que expressam tão bem este mundo desumano, quantas vezes vivia e via as ações ao meu redor e aquilo produzia em meu ser um desconforto na existência tão terrível, uma vontade de ficar longe daquilo, mas pra onde ir? Na rua, na universidade, na biblioteca e em qualquer micropartícula do planeta, o mundo é sempre o mesmo. Onde os pilantras se dão bem e os que buscam ser honestos, agindo com dignidade e integridade moral, são transfigurados na imagem de fracassados e fracos.
Lembro-me de cada pensamento e lembrança que me impulsionaram a pensar em querer “pular da ponte da vida”, como bem falou Severino, no livro “Morte e vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto. O que me fez permanecer a viver? Jesus!!!
E mesmo dentro da igreja, diante de tanta injustiça e percebendo o que as pessoas são capazes de fazer para conseguir um casamento, um cargo na igreja ou simplesmente ser o cantor oficial do domingo: calúnias, difamações e falta de amor e compreensão. Nossa, meu Senhor Jesus, como é difícil parar e começar a pensar no quanto usam tua congregação de forma injusta. Se o Senhor viesse hoje à terra, quantas chicotadas o Senhor distribuiria a tantos fariseus de coques e paletós.
Conheço e conheci pessoas talentosas, como a cantora Emanuely, que não aguentaram as idiossincrasias da vida e se mataram. Fracos? Nunca ousaria dizer, posto que vi estas pessoas agirem com honra e justiça, quando muitos teriam agido com mal caráter só para não perder um status quo.
O que faz sentindo para a existência humana é Jesus. É ELE e a crença que ELE vem e que ELE existe que me faz passar nauseada por pessoas covardes, que não respeitam crianças de rua abandonadas, que não respeitam mulheres, que maltratam e fazem o mal pelo simples prazer de ver a tristeza ou manter um status insignificante dentro da igreja ou na sociedade. O pior é que estas pessoas têm um talento incrível para justificar suas ações de baixo calão diante da multidão. O posso dizer no fim desta manhã, em que minha imunidade está baixa e meu corpo enfermo. Uso as palavras de Jesus de Nazaré, que é o sentido da minha existência: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz;no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16:33). Se Chorão, Champignon e Emanuely tivessem encontrado Jesus, eles teriam encontrado forças para continuar vivendo e não teriam deixado que o inimigo tivesse destruído três pessoas lindas. Que eram imagem e semelhança do Senhor Criador do Universo. Eles teriam vencido o mundo dentro de si, então este teria perdido o poder de atormentá-los: isto seria conseguido pelo nome de Jesus Cristo, o salvador da humanidade.
A paz de nosso Senhor Jesus!!! Fé e perseverança!!!