quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A BÚSSOLA DE OURO, DE FHILIP PULLMAN (RESENHA CRÍTICA)


A BÚSSOLA DOURADA E A DIREÇÃO INCERTA



Acabo de ler a Trilogia "Fronteiras do Universo" é o sentimento que percorre minha massa cefálica é: que viagem!? Lendo esta série de livros infantis, o que posso mais uma vez perceber é que as coisas podem ser perigosas de uma forma tão doce e "inocente". Logo ao observar os títulos, depois da minha leitura e visão particular Cristã, poderia inferir que eles dizem o seguinte: sigam a direção encantada da bússola dourada, obtenham cortes sutis e traiçoeiros em sua alma que irá na direção do engano, desembocando na construção fascinante da luneta nefasta âmbar, que propiciará a magnífica visão do "nada". Resumindo: Vamos matar Deus - a suposta Autoridade do engano da Igreja - e no lugar Dele colocaremos o "Pó". Entendeu? Então vou tentar explicar.

A trilogia é composta por três livros: A Bússola de Ouro, A Faca Sutil e A Luneta Âmbar, de Fhilip Pullman.



A narrativa do primeiro livro se passa em um universo imaginário fantástico, onde há uma Universidade chamada Jordan, em Oxford, lugar onde mora a Lyra Belacqua, uma menina de 12 anos com o seu suposto tio chamado Lord Asriel. Esta inicia uma aventura fantástica quando descobre que seu melhor amigo, chamado Roger, havia sido sequestrado pelos Gobblers. Roger não fora o único menino que sumiu, posto que outras crianças da tribo chamada Gípcios - povos dos rios e pântanos - também tiveram o mesmo destino que para eles ainda era incerto. Lyra também tinha a tarefa de entregar um objeto mágico chamado A Bússola Dourada para o seu tio que estava em uma empreitada para descobrir algo sobre o poeira cósmica que eles chamavam de pó.

Neste universo fantástico em que vive Lyra, além de seu tio, os moradores da Universidade Jordan, também vão aparecendo seres fantásticos como a feiticeira Serafina Pekkala, o urso Iorek Byrnison e seu fiel amigo Lee Scoresby que possui o balão que os leva para o Norte. Além destes seres há os dimons que são praticamente as almas expostas das pessoas deste mundo. O dimon de Lyra se chama Pantalaimon e ainda era sem forma fixa, porque a garota era pequena, mas todos os adultos possuíam seus dimons com formas fixas de animais.

Ao longo da aventura, Lyra recebe o dom gratuito de ler a bússola dourada que vai adivinhando e relatando o desconhecido para a menina. E assim ela chega até seu destino. Todavia, no caminho, acaba descobrindo que seu tio na verdade é o seu pai e que sua mãe - a Sra Marisa Coulter - é na verdade a presidente dos Gobbers que tinha como objetivo sequestrar as crianças para fazer a experiência macabra de separar os dimons delas de seus corpos, antes que chegassem a idade adulta. Tudo isto a pedido da Igreja que era dominada pela grande Autoridade. Lyra consegue salvar seu amigo Roger das mãos de sua própria mãe e chega ao destino outro desejado, que era encontrar o pai para entregar a bússola dourada, mas este não desejava o objeto, mas sim o que ela não desejava dar: seu amigo.

Lord Asriel ensejava lutar contra a Igreja e o poder da Autoridade, para isto, precisava romper as fronteiras do universo, precisando fazer o sacrifício de matar uma criança, pois quando havia a separação do dimon e da pessoa, ambos morriam e, neste momento, havia uma liberação de pó que se transformava em um poder grandioso que pôde fazer uma abertura por onde Lord Asriel atravessou para outro mundo em busca de se apoderar de algo. Lyra, entre a sofreguidão da traição e na esperança de entender o pai, segue o mesmo para o desconhecido.

Para terminar a resenha crítica do primeiro livro e já direcionando para a crítica dos outros dois livros, coloco a citação inicial do livro A Bússola de Ouro:

Para dentro desse abismo agreste,
Ventre da natureza e talvez tumba,
Nem de mar, nem praia, ar ou fogo
Mas de todos esses misturados em suas causa
         prenhes
Confusamente, e em constante luta
A não ser que o poderoso criador lhes
        ordene
Seus materiais obscuros para criar mais
       mundos,
Para dentro desse abismo agreste o
      demônio cauteloso
Postou-se à beira do inferno e olhou por
      algum tempo,
Refletindo sobre a sua viagem...
                                     
                                             John Milton In: Paraíso Perdido 


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